domingo, 3 de novembro de 2013

Prática regular de exercício físico é importante no tratamento da enxaqueca crônica e Alimentos que combatem a enxaqueca

Prática regular de exercício físico é importante no tratamento da enxaqueca crônica
Nova pesquisa demonstrou redução na frequência e intensidade das crises de dor de cabeça

ESCRITO POR:Thaís Rodrigues Villa
Neurologista e neuropediatra

ESPECIALISTA MINHA VIDA
Se você apresentou mais que 15 dias de dor de cabeça por mês, com crises típicas de enxaqueca em alguns desses dias, nos últimos três meses, você tem o diagnóstico de enxaqueca crônica. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cefaleia demonstrou que 9% da população sofre com dores de cabeça diárias ou quase diárias. Já existem medicamentos preventivos para enxaqueca que podem reduzir os dias de dor por mês, porém um novo estudo comprovou que associar exercício aeróbico ao uso desses medicamentos pode trazer um resultado ainda melhor no tratamento da enxaqueca crônica.

A pesquisa, realizada na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) por mim e pela fisioterapeuta Michelle Dias Santiago, estudou 50 pacientes com diagnóstico de enxaqueca crônica divididos em dois grupos: metade dos pacientes fez uso de uma medicação preventiva diariamente, enquanto a outra metade fez uso da mesma medicação diariamente e também praticou atividade aeróbica de forma orientada, três vezes por semana. Após três meses de acompanhamento, todos os pacientes apresentaram melhora do seu quadro com redução na frequência, intensidade e duração das crises de dor de cabeça. Entretanto, o grupo que também realizou atividade aeróbica apresentou uma melhora significativamente maior em todos esses parâmetros, e ainda uma redução do Índice de massa corpórea (IMC), ou seja, perderam peso. Essa pesquisa foi apresentada no XXVII Congresso Brasileiro de Cefaleia ocorrido esse mês e foi premiada melhor pesquisa brasileira na área de cefaleias no ano de 2013.

Associar exercícios aeróbicos ao medicamento preventivo é mais eficaz e traz maiores benefícios ao paciente do que só tomar a medicação. O tratamento da enxaqueca crônica deve envolver múltiplos procedimentos como orientação de rotinas saudáveis com pratica de exercícios aeróbicos regularmente, tempo de sono adequado, alimentação balanceada, suporte psicológico se necessário, terapias não medicamentosas, evitar situações desencadeantes de crises e o abuso de analgésicos, e a orientação de um medicamento preventivo adequado para cada paciente.

Alimentos que combatem a enxaqueca
Confira os nutrientes que podem reduzir os sintomas da dor de cabeça

POR CAROLINA SERPEJANTE

São muitas as causas da enxaqueca, ou mesmo de uma simples dor de cabeça: falta de sono, estresse, variações de temperatura, hábitos alimentares... Ainda há, no caso das mulheres, aquela dor de cabeça típica do período pré-menstrual. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 15% da população do planeta sofre desse mal, o que inclui, aproximadamente, 25 milhões de brasileiros afetados pela doença.

Além de usar medicamentos e evitar as causas acima, um dos poderosos remédios contra aenxaqueca pode ser o mesmo hábito que a provoca - a alimentação. Você sabia que alguns nutrientes têm o poder de aliviar os sintomas e reduzir essa complicação? Veja quais são e por quê:




Selênio contra os radicais livres
Presente principalmente em salmão, ostras cruas, castanha do Pará, fígado de boi e farelo de trigo, o selênio é um mineral capaz de retirar os metais tóxicos do corpo. "Esses metais tóxicos, quando se depositam em nosso organismo, não só contribuem para o aumento dos radicais livres como podem causar sintomas de enxaqueca, além de elevar o risco de doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson", diz a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilibrio Nutricional.

A recomendação mínima diária de ingestão desse nutriente é de cerca de 55mcg para adultos, que é o equivalente a menos de uma castanha - fácil, não?


Magnésio para relaxar
O papel do magnésio no combate às dores de cabeça e enxaquecas foi demonstrado em uma série de estudos. De acordo com a nutricionista Roseli Rossi, a concentração de magnésio em nosso corpo afeta os receptores deserotonina - substância responsável por regular a percepção a dor e disposição - bem como outros receptores e neurotransmissores relacionados à enxaqueca.

"O magnésio também tem ação relaxante, o que pode amenizar a dor de cabeça quando a causa for por estresse, ansiedade e TPM", conta Roseli Rossi.

A recomendação diária é de 400mg para homens adultos e 350mg para mulheres adultas, o que equivale a, aproximadamente, três conchas cheias de feijão preto ou 300g de espinafre, por exemplo. Além desses dois alimentos, as principais fontes de magnésio são castanhas de caju, amêndoas, semente de abóbora, pistache, alcachofra, espinafre e chocolate meio amargo.


Aproveite a ação anti-inflamatória do Ômega3
O consumo em excesso de alimentos inflamatórios, como carboidratos refinados, gorduras e embutidos, provoca a produção de substâncias pró-inflamatórias, que causam a dilatação dos vasos e, consequentemente, a dor de cabeça. Nesse caso, o ômega3 é o melhor remédio. "Ele tem ação anti-inflamatória, combatendo essas substâncias causadoras de enxaqueca", afirma a nutricionista Roseli Rossi.

Entre as fontes de ômega3 estão salmão, sardinha, arenque, atum e semente de linhaça. A recomendação diária para adultos é de 1 a 2g, o equivalente a comer 100g de salmão.


Vitamina B12 mantem o cérebro funcionando!
A nutricionista Roseli Rossi afirma que a vitamina B12 é fundamental para o pleno funcionamento do sistema nervoso, evitando alterações de sensibilidade no corpo, que podem causar crises de enxaqueca.

"O sistema nervoso pode ser comparado com um sistema elétrico, onde os nervos são os cabos por onde a eletricidade passa", explica a nutricionista. Ao redor dos nossos nervos, existe uma "capa de gordura", chamada bainha de mielina, que é fundamental para a passagem do estímulo nervoso e a proteção do nervo.

"Na falta de B12, ocorre a desmielinização, que é uma espécie de defeito na bainha de mielina", completa Roseli.

São boas fontes de vitamina B2: fígado de boi, mariscos, ostras cruas, atum, ovos e leite. A recomendação diária é de 2,4mcg em adultos.


Invista nos antioxidantes
"As substâncias antioxidantes têm o poder de fazer a varredura do excesso de radicais livres e outras substâncias tóxicas em nosso organismo", afirma a nutricionista Roseli Rossi. Essa ação contribui para o equilíbrio metabólico e o melhor funcionamento da circulação, além de ser anti-inflamatória.

"Essas propriedades funcionais podem amenizar o sintoma de dor, interferindo indiretamente, portanto, na incidência de enxaquecas", completa Roseli.

Os antioxidantes estão presentes em diversas vitaminas, por isso o ideal é incluir muitas frutas, legumes e verduras no cardápio. Cenoura, mamão, abobrinha, vegetais e frutas alaranjadas, germe de trigo, óleos vegetais, vegetais de folhas verdes, oleaginosas e frutas vermelhas são ótimas fontes.


Modere os carboidratos
Os carboidratos são a principal fonte de energia do nosso corpo. Tanto a falta quanto o excesso desse nutriente podem ser um gatilho para disfunções metabólicas, tendo como um dos sintomas a dor de cabeça. Por isso, nada de cortar os carboidratos da dieta - mas, sim, maneirar na ingestão.

As principais fontes de carboidratos são pães, arroz e massas, de preferência todos integrais, que fornecem mais fibras.


Coma de três em três horas
De acordo com a nutricionista Roseli Rossi, comer de três em três horas é importante para manter os níveis glicêmicos do organismo. Quando ficamos sem comer por muito tempo, sofremos uma hipoglicemia - baixa dos níveis glicêmicos - que pode causar dor de cabeça e pressão baixa.


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